Videodança

Novo videodança vindo por aí...






  Mormaço

Lançado no Dança em Foco- Festival Internacional de Videodança- Rio de Janeiro-RJ - BRA - 2012.

Aprovado no III Festival Internacional  Cuerpo Digital Videodanza e Nouevas Tecnologias- La Paz-Bolívia - 2012.

Aprovado no Segundo Ecuentro Inter-Escénico México - 2013.











Ficha Técnica:

Intérpretes Criadoras: Renata Daibes e Vanessa Hassegawa
Direção Artística e Movimento: Fredyson Cunha
Figurino: Acervo Las Caboclas
Fotos: Fred Linardi 
Produção: Coletivo Las Caboclas
Direção de Vídeo: Ruy Lessa
Edição: Ruy Lessa
Efeitos Sonoros: Ruy Lessa
Textos: Fred Linardi

Sinopse

Quando as bailarinas Renata Daibes e Vanessa Hassegawa desembarcaram em São Paulo, esperavam de tudo, menos a sensação a que estavam habituadas desde que botaram os pés no mundo. Antes de saírem de Belém, Pará, imaginavam o clima frio, comparando ao inigualável quente e úmido amazônico que, não raro, oferece a previsível chuva no fim de tarde.
Sabiam que lidariam com imprevistos, mas a gota de suor que escorre pela testa, a camiseta que gruda nas costas quando o bafo sobe pelas calçadas da Avenida Paulista – isso não.
O mormaço está no DNA daqueles que vivem na linha do Equador. E conviver com o clima quente e úmido está também entre as exigências da capital paulista. As intérpretes-criadoras passaram a reparar nos corpos dos habitantes formam cidades diferentes, mesmo com sensações parecidas. O pedido de passagem, a luta por um lugar no aglomerado, a tentativa de se comunicar ou barrar um contato físico, foram os elementos para desenvolver a coreográfia deste projeto.
Assim nasceu o videodança Mormaço, produzido em São Paulo pelo recém-criado Coletivo Las Caboclas. A pesquisa parte da ideia que o movimento urbano – ou estética urbana – só se constrói a partir do movimento que as pessoas propõem num espaço. Ambas as cidades têm uma relação de movimento entre si, através do multiculturalismo devido aos fluxos migratórios.
As bases se sustentam em estudos de dança e pesquisadores do corpo como Ivaldo Bertazzo, Rudolf Von Laban e Jacques D'Amboise, além do neurologista Paul Schilder. Na obra deste, A imagem do Corpo, o corpo humano é organizado sob o princípio que o divide em três categorias: corpo, personalidade e mundo – sob os aspectos fisiológicos, libidinais e sociais. Assim, o movimento é resultado da vivência no contexto social das grandes cidades, utilizando essas três categorias.
O desenho do corpo curvado, dos cotovelos que se encontram com os joelhos enquanto o homem se senta à espera do ônibus. O café para tirar o sono, ingerido antes que esfrie. A coreografia da pressa para voltar para a casa, antes que chova. Dos braços e pernas cruzadas. Os olhos atentos aos letreiros. Do corpo que se curva no banco para acompanhar as linhas de um livro que descansa no colo. Do som da paciência que se esgota e dos celulares que tocam. A rigidez dos dedos entrelaçados. O cheiro do pão-de-queijo. A fumaça, o escapamento, o breque. O relógio sobre a fila que se forma. O inevitável confronto.
O urbano é o movimento entre as explosões dos corpos que o constroem.

Agradecimentos
Gabriel Portella
Anderson Ferreira
Ronaldo ALves
Fabracor http://www.fabracor.com.br/
Aos transeuntes do Terminal Vila Mariana

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Oi! Então, acho que me enganei. Devo ter comentado no Face quando vi e acabei não oficializando por aqui.

    O que tinha para dizer é que é muito bonito trazer o urbano para um trabalho artístico, sobretudo com tamanha qualidade. Vocês conseguiram transmitir, em movimentos, o que está expresso no texto da sinopse sobre as múltiplas camadas que formam este espaço disputado e, ao mesmo tempo, de todos, que é o espaço urbano. Simultaneamente, abordaram a questão saindo do óbivo, das teorias pós-modernas, da rasa consideração que a política confere ao tema. Isso, para mim, é Arte com A maiúsculo. Uma arte de tangências e sutilezas; uma arte que é também rica em energia, em estudo, em profundidade. Não à toa o festival os escolheu, não à toa outros, fatalmente, escolhê-los-ão (soou feio, nem sei se está certo!) nos próximos episódios.

    Continuem com esta disposição na mente e esta eloquência no corpo, sem perder de vista a essência de tudo, que é aquele ponto singelo que o olhar vê primeiro e não esquece. Este, sem dúvida, é o diferencial de vocês e do projeto.

    Um beijo!

    Allan


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